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terça-feira, 29 de março de 2011

O SERVIÇO CRISTÃO É FUNDAMENTAL



Serviço Cristão

Ao andar pelas ruas da cidade não é difícil nos deparamos com uma diversidade imensa de pessoas dormindo embaixo de marquises ou viadutos. Vemos crianças se drogando e outras esmolando nos sinais; mulheres vendendo seus corpos, isso quando não são apenas garotas e homens viciados em álcool que substituem o café da manhã e o pão das suas famílias pela cachaça nos bares das esquinas. Enfim, todo lugar tem alguém morto no pecado de fome da Palavra de Deus. Mas, diante dessa triste realidade, me sinto profundamente incomodado pelo Espírito Santo quando vejo que cresce o número de igrejas. Porém, há poucos cristãos que de fato praticam obras capazes de amenizar essa triste realidade espiritual. Isso não é uma contradição?

Será que nossas igrejas são um corpo que está anestesiado por um cristianismo tacanho que não permite sentir em nossos membros a dor do próximo sofredor de diversas situações, que o deixa escravo do pecado e a margem da sociedade? Talvez muitos estejam viciados na religião, portadora de uma pregação do evangelho entorpecente, estimulador da sensação de não existência de impossibilidades na busca de satisfação pessoal e das conquistas materiais. Enquanto muitas pessoas morrem de fome no pecado sem a alegria da salvação.

A juventude cristã

Os jovens mundanos antes eram vistos como o futuro da nação e símbolo de mudanças radicais por suas atitudes desprendidas, força própria da faixa etária e ideologias revolucionárias. Hoje, após a frustração do ideal de transformações profundas na estrutura social, diante de problemas como a violência, a injustiça, a pedofilia e a pobreza possuem em sua esmagadora maioria, posições indiferentes. A revelia do que a Palavra de Deus diz em Romanos 12.2 “E não vos conformeis a este mundo [...]”, essa passividade da juventude mundana causada pela frustração dos projetos humanos atinge até a própria mocidade cristã – jovens e adolescentes da Casa do Senhor. Quantos de nós não vivemos enclausurados nas igrejas e acorrentados nas atividades pragmáticas da religião como que se não fosse também nossa responsabilidade os problemas sociais enfrentados por milhões de pessoas em nosso país? Problemas sociais esses que tem em sua essência o pecado do homem e que nós possuímos a solução que nunca poderá ser frustrada.

Diante dessas questões busco compartilhar aqui o que tem sido diariamente minha fonte de reflexão na Palavra de Deus. Para isso, pretendo ressaltar a necessidade de uma vida cristã autêntica expressa no bom testemunho a partir do amor, a fim de impulsionar nossa mocidade a possuir também uma vida ativa no serviço cristão, que pode ir além dos muros da igreja. Acredito que somos capazes de fazer muito mais do que temos feito e, conforme nos orienta a carta aos Hebreus em seu capítulo 10 versículo 24, considero que todos podem ser estimulados ao amor e às boas obras.

É certo que somos justificados e libertos do pecado pela graça do nosso Senhor. Nada fizemos para que Cristo nos alcançasse (Ef 2.8-9). Esse seria um bom argumento utilizado pela mocidade para deixar de fazer obras de amor ao próximo e se preocupar somente com suas muitas atividades cotidianas, como: estudar, trabalhar e almejar um futuro próspero. Afinal, já estou salvo. Por que então se preocupar com o outro? Porém, a salvação passa a ser um fato quando entregamos por completo a Cristo nossa vida e reconhecemos o seu senhorinho ao nos tornarmos verdadeiros servos.

Fomos “criados em Cristo Jesus para as boas obras” (Ef 2.10). Na condição de servos, se olharmos por este lado, será fácil entender que ao executar bem qualquer boa obra, não temos a glória pelo nosso feito, mas sim quem nos comissionou. Só teremos vida cristã ao nos tornarmos servos obedientes, pois o próprio Cristo veio nessa condição (Mt 20.28) e Ele mesmo nos ordenou: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt5.16).

Então é possível entender que se queremos seguir os passos de Jesus temos que ter uma vida que se assemelhe a dele. Isso significa não buscar somente nosso próprio interesse ou nossa benção, mas sim os interesses do Pai. De modo algum digo que devemos abandonar nossas obrigações cotidianas, pois de forma moderada são dignas diante do Senhor. Porém, sou categórico e ressalto que se faz necessário nos libertarmos do cativeiro do ativismo construído pelo sistema do consumo que nunca nos permite ter tempo para nada, a não ser para questões pessoais. Não temos tempo para ouvir o próximo, para sentir a sua dor ou para viver o Reino de Deus. Só seremos emancipados quando deixarmos de ouvir a voz do sistema que nos diz: “cresça e cresça materialmente” e ao mesmo tempo subtrai de nossa mente a palavra de Jesus que nos diz para buscar em primeiro lugar o Reino (Lc 12.31).

Ao sermos emancipados do cativeiro do ativismo será possível perceber que, o cristão deve ter uma vida de serviço ao próximo em amor na qual não se limita aos muros da igreja e que a nossa religião prática se manifesta nas boas obras e não somente na simples profissão da fé (Tg 2.17-18). Assim entendemos quando Tiago nos deixa claro que “A religião pura e sem máculas, para com nosso Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guarda-se incontaminado do mundo”(Tg 1.27).

Exemplos a serem seguidos

Tiago ao nos chamar à prática das boas obras de amor cita os órfãos e as viúvas como um dos grupos mais desfavorecidos de bens e desamparados de sua época. Dessa forma ele nos mostra que o nosso trabalho como verdadeiros servos do Deus de amor é assistir os que mais têm necessidades em nossa sociedade. Quando deixamos de dar assistência aos necessitados, principalmente os que congregam conosco (Gl 6.10), pecamos por omissão e o próprio Cristo afirma que aos que tais coisas deixam de fazer estes estão condenados ao castigo eterno (Mt 25.31-46).

O exemplo de Jesus Cristo, como sempre, é o melhor. No evangelho narrado por Marcos, o nosso Senhor é descrito como o incansável servo e repleto de amor. Por isso, Ele era constantemente interrompido das suas orações para atender o chamado das pessoas (Mc 1.35-37) e, às vezes, era interrompido no momento da sua refeição (Mc 3.20). Jesus não só tratava a alma dos que estavam famintos, mas também os alimentava com pão (Jo 6.1-15).

Se de fato somos a “Geração Ação” e queremos ver vidas se rederem ao Senhor devemos não somente pronunciar as palavras do evangelho, mas também aprender, com Jesus, a ter verdadeira “Ação” de amor para com o nosso próximo (1Jo 3.18), pois assim as pessoas verão em nós verdadeiros servos do Deus de Amor que marcam esta “Geração”.

Textos para reflexão: 1João 3.10-18e Mateus 25.31-46

Átila Bezerra ICNV Paciência

font.: http://www.geracaoacao.com.br:8080/dizai/show/2716


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