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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Qualidade Cristã

Olá visualizadores do Blog!


Depois de um longo tempo sem post, estamos voltando a atividade a todo vapor...
É nessa retomada temos o texto de um líder juvenil da igreja Cristã Nova Vida - Átila Bezerra.

O tema é : Qualidade Cristã.




Qualidade Cristã

Alguns anos atrás houve a reprodução nos meios de comunicação em massa das informações veiculadas pelo IBGE com relação ao crescimento dos evangélicos no Brasil. O número de pessoas que professam a fé católica caiu de 83,8% para 73,8% entre os anos 1991 a 2000; enquanto o número dos que se declaram evangélicos, neste mesmo período, cresceu de 9% para 15,4%; sendo assim a segunda maior religião do país em número de adeptos.

Minha primeira reação ao receber esta notícia foi de muita alegria e acredito que deve ter sido a reação de muitos jovens verdadeiramente comprometidos com o evangelho. Afinal, ela gera certo sentimento de “trabalho cumprido” ou de que estamos fazendo bem aquilo que nos foi comissionado pelo Senhor. Porém, logo após o entusiasmo inicial, o espírito crítico que nos é próprio da juventude me fez questionar este crescimento

Minha reflexão toma base a partir da visão crítica com relação ao nosso trabalho como igreja do Senhor de forma geral. Parece que atualmente alguns de nós passamos a caminhar segundo o espírito pós-moderno desse mundo que, dentre muitas outras mazelas que estão intrínsecas a essa tendência, nos leva a agir conforme a lógica do consumo, do lucro, do materialismo e do individualismo. Se olharmos por esse prisma será possível observar um verdadeiro mercado de igrejas independentes, salvo as boas exceções, que competem pela nossa atenção e investem pesado em marketing televisivo e nos outdoors com frases de efeito do tipo: “Pare de sofrer!”; “Aqui você é curado!”; “O pastor tal que tem poder!” e muitas outras.

Na maior parte das vezes, vidas são confundidas com verdadeiros consumidores que optam pelo melhor ambiente religioso. Igrejas de muito poder e com pouco poder, igrejas de empresários e de trabalhadores, igrejas de jovens e outras de velhos, igreja de metaleiros e até igrejas de homossexuais! São tantas possibilidades! Abrir uma igreja é fácil, basta uma iniciativa: comprar um certificado de pastor, ter uma boa retórica e uma ideia criativa para atrair bons consumidores. Bons consumidores? Sim, bons consumidores são aqueles que vão às “igrejas” para assistirem o “culto-Show”, receber a bênção, tomar posse da vitória ou agradecer com uma boa oferta financeira ao “pastor” pelos recursos materiais conquistados.

A juventude não fica fora dessa! Ao contrário das décadas passadas, onde ser um jovem cristão era estar marcado pelos estigmas das vestimentas longas a título de doutrina e pelo rigor das tradições[1]; hoje muitas “igrejas”, a fim de expandir seu mercado, tornaram-se verdadeiros clubes sociais estufados de jovens que querem curtir boa música, conhecer gente nova e, quem sabe, até arrumar um paquera, ou seja, ser “gospel” está na moda.

Crescemos em quantidade e esquecemos a qualidade. O resultado disso é o descrédito do evangelho e o crescimento, provavelmente maior do que o número de evangélicos, daqueles que se declaram desviados. Seja na escola, na universidade ou no trabalho, quantos de nós não conhecemos um ex-crente? Quantos de nós não conhecemos jovens que se dizem crentes, mas percebemos claramente que são apenas frequentadores de igreja, pois utilizam palavras desconexas das atitudes.

Mas será que nos basta somente refletir de forma imparcial como se não tivéssemos dentro do problema? De forma alguma! Não podemos nos conformar. De acordo com que Paulo diz em Romanos 12.1-8, os nossos cultos devem ser perfeitos. Ao contrário de como muitos pensam, a juventude não é a igreja do amanhã. Somos a igreja de hoje. Por isso é fundamental praticar o nosso dever como cristãos e guardar os verdadeiros ensinamentos do Senhor.

Devemos aproveitar que ainda há o vigor da juventude em nós para nos dedicarmos a obra do Senhor, desenvolver nossos dons e talentos, crescer no conhecimento da Palavra e estar em plena unidade com a nossa igreja local “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo o vento de doutrina, pela artimanha dos homes, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4.14). Será que não conhecemos algum jovem que antes comungava conosco e, depois de escolher no “mercado de igrejas” aquela que estava em evidência por desenvolver um movimento diferente com base no sensacionalismo ou aquela que possuía uma cara mais “jovem”, se perdeu devido a uma grande decepção? É triste, mas esse acaba sendo o fim de muitos dos nossos irmãos que não observam as escrituras e se apartam da sã doutrina, sendo levados pelo espírito deste mundo.

A história da igreja sempre foi manchada por pessoas que queriam fazer da Casa do Senhor um lugar de comércio e de sincretismo religioso, mas Deus sempre levanta homens para conservar a verdadeira fé em Cristo e é por isso que Paulo escreve ao seu companheiro, e quase discípulo, o jovem Timóteo, que era um verdadeiro militante da causa do evangelho. Na primeira carta direcionada a Timóteo, Paulo escreve para que o jovem saiba como convém andar na igreja que, segundo ele, é a coluna e sustento da verdade (1Tm 3.15). Dessa forma, Paulo alerta a Timóteo quando declara : “[...]o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm cauterizada a própria consciência[..]” (1Tm 4.1-2).

Certamente, no seu tempo, jovens como Timóteo, pela misericórdia de Deus, deram ouvidos as instruções dos apóstolos e conservaram a sã doutrina, pois, pelo contrário, acredito que hoje não conheceríamos a fé cristã como a vemos hoje, porque eram muitos os grupos dissidentes com relação ao senhorio de Cristo.

Que assim como o jovem Timóteo deu ouvido a Paulo, possamos entender que grande é nossa missão. Que possamos ouvirnossas lideranças, zelar pela Palavra de Deus e sermos verdadeiros militantes da causa do evangelho genuíno a fim de que a igreja enquanto instituição possa crescer saudavelmente e desempenhar sua função com qualidade ao divulgar a mensagem da cruz e ampliar o número dos verdadeiros cidadãos dos céus.

Nossa atitude como jovens ativos e fortes em Cristo deve ser a de pedir ao Espírito Santo que nos dê sabedoria e nos oriente para que possamos ser vigilantes e identificar claramente qual é o espírito desse século, para que sejamos Igreja que de fato é luz para este mundo de trevas.

Textos para reflexão: 2Pedro 2.1-3 e 1Timóteo 6.3-5

[1] É claro que existiram muitos pontos positivos na igreja dos nossos pais que foram fundamentais para conservação da sã doutrina e para formação da nossa identidade; questões estas que devemos falar em outra ocasião.








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